Resenhas

Resenha: A Arte da Sedução – Robert Greene

Como seria se você soubesse as estratégias certas para seduzir amorosamente as pessoas, fazer amigos mais facilmente, e principalmente, dominar qualquer interação social a seu favor?

Pois bem, esses são apenas alguns dos inúmeros benefícios que você terá após ler essa resenha do livro “A Arte da Sedução”.

Quando se trata de entender a mente humana, Robert Greene, mesmo não sendo formado em psicologia, acaba sendo uma das maiores referências no assunto.

E o livro “A Arte da Sedução” é apenas um dos sete livros que o autor já escreveu para ajudar milhares de pessoas ao redor a entender a mente humana.

Mesmo que a mente humana seja complexa de entender, fique comigo até o fim desse artigo que eu vou provar para você que o Robert Greene foi um gênio em entender e explicá-la para pessoas comuns.

Qual o tema central da “A Arte da Sedução”

Em resumo, o livro promete ensinar ao leitor tudo o que ele precisa saber para seduzir uma pessoa.

Dessa forma, o livro aborda desde a identificação da personalidade do sedutor, até um processo linear com estratégias para o início, meio e fim de uma sedução.

E apesar do livro focar bastante na sedução amorosa, ele não se limita a esse tema de modo algum.

Após dar exemplos de relacionamentos amorosos que deram certo, Robert Greene também aborda inúmeros casos de sedução política e social que utilizam a mesma estratégia em comum.

Portanto, não é incomum que o autor cite tanto sedutores de histórias de amor, quanto também sedutores que trabalharam na política.

Diferente de livros que focam em trabalhar com a ideia do “Artista da Sedução” (Pick-up Artists), como “O Jogo” do Neil Strauss, Robert Greene acaba fugindo dessa tendência na sua obra.

Isso porque o autor tem como objetivo explicar o poder que determinadas estratégias e atitudes têm tanto em você, quanto na pessoa a ser seduzida.

Portanto, a sedução para Greene é muito mais sobre entender o que faz alguém psicologicamente gostar de você, do que te transformar num “pegador de mulheres na balada”.

Por que ler “A Arte da Sedução”

Todo mundo precisa aprender sobre persuasão, pois sem esse conhecimento, a vida fica muito mais complicada.

Quando assunto é se envolver amorosamente com alguém, ou dominar contextos de socialização, dominar a arte de persuadir pessoas pode facilitar demais a sua vida.

“A Arte da Sedução” do Robert Greene irá te prover todo o conhecimento de comunicação que você precisa para obter o que você quiser das pessoas ao seu redor.

Independente se seu objetivo é entrar em um relacionamento, fazer amigos ou influenciar as massas.

Ao ler o livro, você poderá ter os seguintes benefícios:

Se você quer ter todos esses benefícios na sua vida, continue lendo essa resenha do livro “A Arte da Sedução”.

Capítulos do livro “A Arte da Sedução”

12 lições do livro “A Arte da Sedução” do Robert Greene

Agora você irá aprender as principais lições do livro nesta resenha da “A Arte da Sedução”.

Portanto, se você chegou até aqui é porque está interessado em ler o livro, ou talvez você queira revisar as principais ideias.

Não se preocupe! Você sairá desta resenha pronto para aplicar alguns dos ensinamentos, assim como se aprofundar mais em alguns tópicos específicos do livro.

1) Identifique o seu arquétipo sedutor

De acordo com Robert Greene, todos nós temos uma personalidade sedutora.

Em outras palavras, nós já desenvolvemos ao longo da vida a nossa estratégia para seduzir as pessoas.

Cabe a nós descobrir qual é ela, e aprimorá-la. Seja se tornando melhor na personalidade predominante, ou somando outras personalidades a sua personalidade principal.

Dessa forma, Robert Greene explica que existem 10 personalidades sedutoras, sendo elas:

Cada uma dessas personalidades tem estratégias distintas que seduzem naturalmente as pessoas.

Portanto, a primeira tarefa do sedutor é ter a consciência de qual estratégia ele já usa naturalmente, e passar a aplicá-la de maneira calculada.

Mas, nunca perdendo a naturalidade. Isso porque se você parecer manipulativo ao seduzir uma vítima, ela irá notar na hora e toda a sua sedução vai por água abaixo.

Note que existe o “antissedutor”, isso significa que há a possibilidade de você naturalmente repelir as pessoas também.

Aqui na Ourbooks nós fizemos um artigo específico para você conhecer, e descobrir qual é a sua personalidade sedutora.

Segue abaixo o link para que você leia sobre cada uma das 10 personalidades para entender qual se encaixa contigo:

2) Escolha a vítima certa e nunca deixe claro as suas intenções

Em geral, sedutores inexperientes equivocadamente gastam muito tempo seduzindo as pessoas erradas.

Ou seja, eles acabam investindo em pessoas que não estão suscetíveis a sua influência, ou que não o motiva a querer seduzi-las no longo prazo, de acordo com o Greene.

Inevitavelmente vão ter pessoas que estarão imunes às nossas estratégias, e essas vítimas nós temos que evitar.

Por outro lado, existirão outras inúmeras vítimas muito mais suscetíveis a nossa sedução.

Dessa forma, Robert Greene recomenda que você procure sempre a vítima certa para seduzir.

São características da vítima certa para você investir:

  1. Mexer com suas emoções e te engajar a querer seduzi-la
  2. Estar aberta a sua influência e estratégias de sedução

Por fim, é fundamental que ao escolher a vítima certa, você jamais aborde ela mostrando suas intenções.

Se você deixar claro que quer seduzi-la para obter algo, a vítima levantará resistências que nunca mais irão se abaixar para ti novamente.

Ninguém gosta de se sentir influenciado ou comandado, portanto, faça de tudo para a sua sedução ser sútil.

A ideia é fazer com que o outro ache que está te seduzindo, e não o contrário.

E para isso, a melhor abordagem, de acordo com Greene, é a de se tornar amigo da vítima.

Criar amizade com o alvo tende a abaixar resistências e abrir oportunidade para você estudar a vítima de perto.

Uma vez que você é um amigo inofensivo, a vítima fica mais suscetível a contar as próprias vulnerabilidades.

E não só expor suas vulnerabilidades, como também germinar ideias que você plantou na mente dela com mais facilidade.

3) Plante ideias na cabeça das pessoas sem que elas percebam

Pode parecer estranho a ideia de abordar indiretamente as suas intenções para a outra pessoa.

A princípio, se você quer vender um produto, se relacionar com alguém ou obter alguma vantagem social, parece fazer sentido você deixar isso claro para a pessoa.

A verdade é que quanto mais direto e claro você for em relação ao seu objetivo numa interação social, maior a tendência da pessoa levantar resistências em cima de você.

Em outras palavras, se você quer vender uma ideia, e for muito direto no seu objetivo, a pessoa que você está tentando persuadir vai notar a sua intenção e evitará acreditar em você.

Na cabeça dela, ela vai pensar assim: “esse vendedor só quer lucrar em cima de mim, não vou comprar com ele”.

Ou seja, o segredo para você abordar indiretamente a outra pessoa com a sua intenção é usar as insinuações a seu favor.

Através de uma sugestão disfarçada em um encontro banal ou observação, você lança uma ideia que lá na frente a pessoa vai acreditar ser dela, e não sua.

Essa ideia, em essência, tem que ser sempre em relação a uma questão emocional.

Dessa forma, você tem que cativar a mente da sua vítima utilizando:

  • A imaginação dela
  • Suas fantasias
  • Seus anseios mais profundos

Além de prometer nas suas insinuações coisas que as pessoas querem ouvir, como promessas de:

  • Prazer
  • Saúde
  • Riqueza
  • Aventura

Por fim, faça insinuações quando a pessoa estiver distraída ou relaxada.

Quando uma insinuação é feita, o seu objetivo é plantar uma ideia que ficará marcada na mente da vítima, cuja fonte (você), não será lembrada.

Aqui vai um exemplo:

4) Crie necessidade nas pessoas

Só é possível seduzir alguém que tem uma necessidade psicológica a ser preenchida.

Uma pessoa plenamente satisfeita é impossível de seduzir, portanto, a sedução só acontece quando a vítima está levemente insatisfeita consigo mesma.

O papel do sedutor, de acordo com Robert Greene, é preencher os vazios psicológicos da sua vítima dando-lhes prazer.

E se ela não tiver um vazio, através da insinuação, é seu dever criá-lo na mente da sua vítima.

Em geral, a maioria das pessoas já vivem lidando com vazios internos que podem ser explorados pelos sedutores.

São exemplos de vazios psicológicos que um sedutor pode trabalhar:

  • Inseguranças sobre a própria identidade
  • Valores que defendem
  • Ideias que acreditam e buscam aprovação social
  • Vaidade
  • Ego reprimido
  • Tédio

Utilizando-se desses vazios psicológicos, você pode criar contextos insinuativos que envolvam:

  • Ambiente (cidade, bairro, lugares)
  • Pessoas (amigos, família, colegas)
  • Circunstâncias (acontecimento em particular)

Aqui vai um exemplo prático: você pode insinuar que o círculo social da vítima é chato e tedioso.

Insinuar, por exemplo, que os amigos não entendem ela a fundo como deveriam, os familiares só querem saber de mandar na vida dela, e que os colegas de trabalho são todos invejosos que querem o mal dela.

Se você plantar essas ideias através de uma uma conversa descontraída e relaxada com a vítima, aos poucos ela irá refletir sozinha sobre tudo isso.

E uma vez que ela comece a pensar sobre suas insinuações, a isca está mordida, e ela começará a acreditar em tudo aquilo que você insinuou por conta própria.

Por fim, a única pessoa a sanar os problemas dela será você. Abre-se, portanto, uma oportunidade para que você use o descontentamento dela para suprir suas necessidades psicológicas.

Você é a única pessoa que entende ela, não julga, e principalmente, melhora o dia dela na sua presença.

5) A importância de controlar a tentação e o prazer na sedução

O objetivo de toda sedução é fazer o alvo desejar você a todo momento.

Se você não criar uma espécie de impossibilidade dele obter o que quer (tentação), não há mais sedução.

Uma vez que o prazer seja satisfeito ou seguro, anulam-se as chances da vítima ser seduzida.

Portanto, é fundamental que após criado o desejo, você também seja capaz de mantê-lo criando tensões planejadas que instiguem o desejo do alvo.

A ideia chave é não dar o prazer máximo no menor tempo possível, ou seja, criar escassez na oferta de prazer na sedução.

Além disso, uma boa tentação deve envolver, pelo menos, uma dessas 3 promessas de prazeres futuros:

  • Riqueza
  • Prazeres (proibidos e pecaminosos)
  • Aventuras

O exemplo mais famoso de um caso de sedução utilizando tentação é o de Adão e Eva no Jardim do Éden.

Prometendo poderes divinos se comessem da maçã, a serpente seduziu Adão e Eva a provarem do fruto utilizando a técnica da tentação na sua estratégia.

Por fim, se o alvo já tiver o interesse por você (desejo), essas são outras variações da técnica da tentação que você pode usar na sua sedução de acordo com o livro:

  • Comportar-se como um prêmio inalcançável a ser conquistado
  • O seu coração já é de outra pessoa
  • A sua religião não permite o relacionamento entre vocês dois
  • Você e o alvo não dariam certo (por algum motivo)
  • Adiar a satisfação, deixando o alvo idealizar-se caindo em tentação.

Foque sempre em responder essa pergunta para encontrar uma boa tentação:

  • “Como eu posso retardar a satisfação da vítima através da tentação?”

6) Evite o comum e crie suspenses

O maior erro de uma relação amorosa é deixar com que ela caia na rotina.

Isso se aplica não só em relacionamentos amorosos, como em qualquer outra interação social.

Tudo que é rotina, vira tédio. Como resultado, a tendência é que a relação venha a se desgastar com o tempo.

A única maneira de evitar esse fim trágico é criando suspenses na relação. “O que ele fará agora?”.

E para conseguir criar esse efeito, pense em coisas que tirariam o seu alvo do tédio.

Quanto mais planejado e sob medida for a sua surpresa pensando no alvo, melhor!

Aqui vão alguns exemplos de ações imprevisíveis que são benéficas para uma relação, de acordo com Robert Greene:

  • Mandar cartas (mensagens) com declarações que surpreendam o alvo
  • Levá-lo a lugares exóticos
  • Ter um caráter contraditório

Em relação ao caráter contraditório, Robert Greene explica que contradições excitam as pessoas, e trazem um ar de imprevisibilidade.

Uma pessoa tímida que repentinamente toma atos corajosos pode causar fascínio e espanto, o que é totalmente sedutor.

Portanto, jamais seja previsível. Assim como em uma boa série ou filme, faça o seu alvo se perguntar sempre “o que vai acontecer agora?”.

Prometa algo, estimule a curiosidade e um futuro incerto. As pessoas gostam de serem guiadas por alguém que as levam para uma aventura incerta.

Estimule no alvo esse sentimento de que as coisas são imprevisíveis com você, mas que no final a surpresa é sempre agradável.

7) Faça suas palavras tocarem nos corações das pessoas

Por padrão, as pessoas estão a todo momento preocupadas consigo mesmas, e com seus próprios pensamentos e opiniões.

Se você utilizar uma abordagem que fale apenas o que você quer, e não o que o outro quer ouvir, dificilmente você irá persuadir alguém.

Dessa forma, Robert Greene explica que existem 2 tipos de linguagem para se comunicar:

Se você quer persuadir as pessoas a ouvirem você, é fundamental que você utilize com mais frequência a linguagem sedutora.

Debater, usar raciocínios lógicos ou falar apenas o que lhe interessa gera tédio e desatenção nas pessoas.

Ninguém quer saber de coisas complexas ou/e que não tem benefício direto na vida delas.

O próprio Dale Carnegie no livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” corrobora com essa ideia ao explicar que para ser um bom conversador, basta que você saiba fazer o outro falar de si mesmo.

Portanto, se você quer falar e ser ouvido, suas palavras tem que tocar no coração, ou, em outras palavras, nas emoções das pessoas, de acordo com o Robert Greene.

Uma pergunta simples para você fixar e praticar essa ideia no dia a dia é sempre se perguntar:

  • “O que eu posso dizer que tenha um efeito agradável aos ouvidos dos meus ouvintes?”

E nunca se esqueça: evite falar sempre a primeira coisa que vem a sua mente, foque apenas no que o seu ouvinte sentirá ao ouvir suas palavras.

8) Utilize a fraqueza como técnica de sedução

A fraqueza é uma forma de derrubar barreiras e resistência do seu alvo.

Se você é alguém vulnerável que faz os outros se sentirem superiores a você, a sua força sedutora é ainda mais forte.

Isso porque a desconfiança tem origem na insegurança, mas se você é alguém vulnerável, como pode estar tramando algo? Sempre faça os outros se sentirem superiores a você.

Uma vez que a sua missão como sedutor é derrubar barreiras e resistências, vestir-se como alguém vulnerável pode ser extremamente útil.

Além do mais, parecer fraco lhe permite utilizar estratégias sedutoras premeditadas que pareçam naturais.

Seja sincero quanto as suas fraquezas para ganhar a confiança de alguém, transformando solidariedade em amor.

Procure em você uma fraqueza incontrolável que todas as pessoas reconheçam, e utilize-a ao seu favor.

Robert Greene cita, por exemplo, que mulheres como Marilyn Monroe se aproveitaram de uma aparência fraca e dependente da proteção masculina para atrair homens para a sua teia de influência.

Enquanto que os maiores sedutores do sexo masculino acabaram abandonando a racionalidade e a frieza, tornando-se mais femininos, emocionais, e preocupados com a vida de seus alvos para facilitar a sedução e diminuir barreiras.

Bancar a vítima também pode ser uma ótima estratégia para criar uma aparência vulnerável.

Se você provar ser vítima de algo ou alguém para o seu alvo, e for convincente, você pode até mesmo conquistar as massas com essa estratégia.

Políticos costumam usar bastante essa estratégia para conquistar o apoio de um povo.

Por fim, a última estratégia de fraqueza que você pode usar é o uso das lágrimas.

Chorar pode ser altamente eficaz na sua estratégia de sedução, principalmente se as lágrimas parecerem autênticas.

Se você já foi persuadido por pessoas chorando, com certeza você entende bem o poder que as lágrimas tem.

9) Aproveite os sonhos e desejos reprimidos para criar ilusões

Em geral, todo mundo tem sonhos que quer realizar e desejos que não podem ser satisfeitos.

Isso é característico do ser humano, e o que um bom sedutor faz é entender estes vazios psicológicos e utilizá-los ao seu favor.

Dessa forma, Robert Greene ensina que todo sedutor deve criar a ilusão perfeita na vítima.

A ilusão perfeita é quando o sedutor se aproveita de um sonho, desejo, ou fantasias reprimidas do alvo, tornando-o mais próximo da realidade, ainda que tenha um ar de irreal.

Todos nós ansiamos por um pouco de irrealidade misturada com realidade, sendo a origem disso na cruel e difícil realidade dos fatos na vida real.

Se fossemos olhar a vida apenas de forma objetiva, a tendência seria ficarmos loucos e desesperados, portanto, sonhamos com coisas que não necessariamente são reais.

A função do sedutor, portanto, é personificar e fazer acontecer essas fantasias de uma forma mais palpável na vida da vítima.

A ilusão perfeita pode ser criada em cima dessas 3 promessas:

Sendo você o responsável pela possibilidade disso tudo acontecer.

Portanto, para criar a ilusão perfeita, você precisa identificar e/ou trabalhar no seu alvo:

No livro, é citado um exemplo que para agradar a imperatriz da Rússia, Catarina, Gregory Potemkin, governador da Rússia Branca, conseguiu criar a ilusão de que o país estava prosperando.

Potemkin precisava convencer a imperatriz de que a Rússia estava prosperando como nação.

Dessa forma, ele satisfaz o desejo dela com uma bela recepção na república da Crimeia.

E apesar da região continuar pobre e subdesenvolvida, Potemkin fez com que ela parecesse próspera.

Isso só foi possível porque ele manipulou as paisagens por onde a imperatriz passou na Crimeia.

Mesmo que tudo fosse ilusão, Potemkin atingiu o seu objetivo de surpreender a imperatriz, fazendo-a amá-lo mais ainda.

10) Crie sofrimento através da montanha russa emocional

Depois de criar e estabelecer o desejo na vítima, é preciso saber mantê-lo no longo prazo.

É comum que os sedutores saibam trabalhar muito bem para criar, e estabelecer o desejo na vítima.

Mas, eles acabam pecando em saber manter esse desejo no longo prazo.

Para resolver esse problema, você precisa criar sofrimento e imprevisibilidade emocional na sua relação.

Uma boa sedução jamais deve focar em harmonia e prazer, ela também deve ter elementos de sofrimento a todo instante seguidos de momentos de prazer.

Se você não acrescentar sofrimento a sua sedução, o clímax será alcançado rápido demais, e você, como sedutor, trará um prazer fraco à vítima.

Estude a criação de momentos planejados de tristeza, desespero e angústia na relação com a vítima.

Elas podem ficar zangadas com você, mas não necessariamente isso é ruim, pois indica que você as fisgou e pode manipulá-las emocionalmente.

Nem deve ter medo das pessoas se afastarem de ti, caso você esteja se fazendo de difícil.

Pessoas só se afastam de outras caso elas se aborreçam, por outro lado, esse efeito de sofrimento que o sedutor cria na verdade gerará mais apego.

Isso porque todo sofrimento cria um desejo de obter prazer, que será dado em algum momento na sua estratégia de prazer e sofrimento.

Portanto, mantenha seus alvos emotivos e tensos a todo momento, criando altos e baixos na relação.

Exemplo: uma hora você é gentil demais, outra hora você parece desinteressado.

Há também a possibilidade de você criar términos e rupturas planejadas.

O sentimento de vazio que a vítima obterá será o suficiente para que você faça uma manobra de reaproximação no relacionamento.

E essa manobra é cheia de alívio (prazer), pois precede um outro momento de grande sofrimento (a ruptura planejada por você).

11) Evite o “disenchantment” na sedução

Toda sedução começa com o encantamento (enchantment), mas pode facilmente desenvolver o estágio de desencanto (disenchantment).

Isso pode acontecer quando a tensão é aliviada, e a energia motivacional acaba.

É como se o efeito da droga (sedução) passasse, e a pessoa visse você com outros olhos (a percepção de que talvez você seja alguém desinteressante).

Do lado do sedutor, esse mesmo problema pode acontecer quando ele satisfaz seu desejo, vendo o seu alvo como alguém fraco, já que sucumbiu a ele.

Desse modo, a única maneira de escapar do disenchantment é iniciando uma nova sedução.

E caso você decida iniciar uma ressedução na sua relação, aqui vão 4 dicas para você fazê-la da melhor maneira possível:

  • 1) Lute contra a inércia

Atice o fogo da sedução, mesmo que seja necessário você se retrair e criar sofrimento.

Evite confiar na sua beleza física, pois ela pode perder a sua eficácia quando exposta frequentemente.

  • 2) Mantenha o mistério

Não deixe que o seu alvo saiba tudo sobre você, pois isso gera conforto a custo de perder os elementos da fantasia e ansiedade.

Sem ansiedade e medo, a tensão erótica se dissolve, e uma pessoa que não é misteriosa não tem valor.

  • 3) Conserve a leveza

Não tente mudar o comportamento dos outros na fase pós-sedução. A tendência é que você queira reclamar do comportamento que não lhe agrada nos outros, e isso é um erro.

Conserve um estado de leveza, e evite querer mudar algo nas pessoas, mesmo que isso não te agrade.

  • 4) Evite a extinção lenta

Quando uma pessoa fica desencantada, ela tende a se fechar na relação. Se este é o seu comportamento como sedutor, evite-o sacrificando a vítima de uma vez.

Encerre rapidamente o relacionamento, e sem desculpas. Uma separação rápida é mais fácil de superar, tanto para o sedutor quanto para a vítima.

De acordo com o próprio Robert Greene (2022, p. 724), é melhor sacrificar uma relação de uma vez só porque:

“Às vezes o seu esforço para romper um relacionamento vai inadvertidamente reviver o fascínio para a outra pessoa, fazendo com que ela se agarre com tenacidade”

Robert Greene – (Greene, 2022, p. 724)

Nada dura para sempre, isso é normal, e quanto mais rápido você terminar com a vítima, menor o sofrimento de ambos.

Caso um rompimento seja inadequado para o contexto, tente desencantar a vítima com atitudes antissedutoras.

Para fazer isso na prática, jamais tente se distanciar ou ficar com raiva, isso vai só resseduzir a vítima.

Ao invés disso, encha ela de amor e atenção, e naturalmente ela vai se afastar de você (por mais contraintuitivo que pareça).

12) Venda sutil: a melhor técnica de vendas para vendedores e sedutores

Conforme explica Robert Greene no livro “A Arte da Sedução” (2022, p. 761), toda venda deve ser sutil porque:

“Quanto menos você parecer que está vendendo alguma coisa – inclusive você -, melhor. Com uma técnica de venda muito óbvia, você vai gerar desconfiança; e também deixar a sua plateia entediada, um pecado imperdoável. Use, ao contrário, uma abordagem sutil, sedutora e insidiosa.”

Robert Greene – (Greene, 2022, p. 761)

Dessa forma, os 3 pilares da venda perfeita são:

  • 1) Sutil

Seja indireto na sua venda. Crie um contexto no qual a mídia crie notícias, enquanto divulga o seu nome de forma espontânea, evitando ao mesmo tempo a impressão de ter sido uma estratégia calculada.

  • 2) Sedutora

Faça a mensagem ser interessante. Você quer estar associado a coisas positivas, portanto, tem que vender prazeres e promessas.

  • 3) Insidiosa

Mire no inconsciente. Faça isso através do uso de imagens, fixando a sua mensagem na cabeça das pessoas. Estruture o que você está vendendo como se fosse uma tendência.

Por fim, sempre foque em fazer a sua venda sutil:

  1. Dando prazer e criando um clima positivo em torno do seu nome ou mensagem
  2. Evitando a impressão de estar vendendo alguma coisa
  3. Promovendo o vendedor, uma ideia ou um candidato

Em relação ao item 3, a ideia é vender um estilo de vida, bom humor, uma sensação de aventura, de novidade ou uma rebelião embalada em papel de presente.

Pois, no fim das contas é isso que realmente faz a diferença na hora de persuadir alguém a comprar algo.

Conclusão

Espero que essa resenha do livro “A Arte da Sedução” do Robert Greene tenha te ensinado bastante coisa.

O livro é extremamente denso, e tem muito mais coisa na obra que seria inviável trazer aqui nesta resenha.

Dessa forma, se você quiser explorar o máximo da obra, com certeza o ideal seria você ler o livro na íntegra.

E claro, utilizando boas técnicas de anotação e memorização de conteúdo, pois o livro tem mais de 800 páginas.

Mas, caso queira conhecer mais sobre a obra e outros conhecimentos derivados dela antes de ler o livro na íntegra, é só seguir os links deixados no meio do artigo.

A obra é extremamente completa no assunto sedução, tanto para relacionamentos amorosos como relacionamentos gerais.

O livro até aborda questões de vendas, como ficou claro durante a resenha da obra.

Portanto, fica a recomendação de leitura se você quiser dominar a mente humana.

*Clique aqui para abrir as referências do artigo*

Referências

GREENE, Robert.; ELFFERS, Joost. A arte da sedução. Tradução: Talita M. Rodrigues. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2022. 808 p. ISBN 978-65-5595-112-7

MASSAD, Isadora. Adão e Eva: história e curiosidades sobre a origem do casal. 10 de dez. de 2019. Segredos do Mundo. Disponível em: https://segredosdomundo.r7.com/adao-e-eva-quem-eram/. Acesso em: 22 nov. 2023.


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Carlos Gomes

Estou terminando meu bacharel em administração, sou especialista em investimentos (CPA-20, Anbima) e além de tudo um leitor de livros polímata.
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