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É por isso que as mulheres se apaixonam pelos libertinos de Bridgerton l A Arte da sedução – Robert Greene

O libertino é um dos arquétipos mais persuasivos e irresistíveis no mundo da sedução.

Esse tipo de homem tem a habilidade única de atrair e conquistar mulheres, mesmo aquelas que parecem comprometidas ou inalcançáveis.

O charme e a confiança de um libertino são tão poderosos que até as mulheres mais virtuosas podem sucumbir à tentação de se envolver com ele.

Se você ainda não sabe o que é um libertino ou deseja aprender a reconhecer e evitar um na sua vida, Bridgerton é a série perfeita para isso.

Além de mergulhar em uma história envolvente, você terá uma visão clara do comportamento desses sedutores e poderá entender melhor as dinâmicas da sedução.

Baseado nos ensinamentos do livro A Arte da Sedução de Robert Greene, este artigo vai explorar o arquétipo do libertino de Bridgerton e como ele aplica as estratégias descritas no livro.

Acompanhe e descubra mais sobre como os libertinos usam seu charme irresistível para conquistar, e como você pode evitar cair em suas armadilhas.

Vamos primeiro dar uma breve introdução à trama de Bridgerton e, em seguida, analisaremos como o livro de Robert Greene explica os segredos por trás desse sedutor.

Bridgerton: Um mergulho na alta sociedade londrina

Bridgerton, ambientada no século XIX, oferece um retrato vibrante da vida na alta sociedade londrina, onde as aparências são tudo, e o poder econômico e político das famílias é cuidadosamente mantido.

A série explora um universo onde reputação e status social são preciosidades a serem preservadas, muitas vezes à custa de casamentos estratégicos e alianças familiares.

A trama acompanha a família Bridgerton, que enfrenta o dilema constante de equilibrar esses valores ao casar seus membros.

Cada temporada se aprofunda em uma nova história de amor e desejo, repleta de tensões emocionais, altos e baixos, e, claro, momentos de libertinagem.

As narrativas da série giram em torno de conflitos românticos e sociais: casamentos que não deveriam acontecer, manobras políticas que impedem casais de se unir, e famílias arranjando uniões por conveniência.

Além disso, Bridgerton não foge dos triângulos amorosos proibidos e das aventuras sem compromisso, onde alguns sedutores – os famosos libertinos – preferem múltiplas conquistas a um único relacionamento.

Esses libertinos, como veremos a seguir, desempenham um papel central nas dinâmicas de poder e desejo que permeiam a série.

O que é o libertino, segundo Robert Greene?

No livro A Arte da Sedução, Robert Greene descreve o libertino como um homem movido pela busca incessante de prazer, sem remorso ou preocupação com as normas morais tradicionais.

Ele vive para satisfazer sua libido, sem se sentir culpado por seus atos, e sua principal motivação é experimentar tudo o que o desejo pode oferecer.

O libertino é eloquente, confiante e, acima de tudo, incontrolável.

Suas ações são imprevisíveis e, muitas vezes, perigosas, o que o torna irresistível para mulheres presas em vidas monótonas, onde elas se sentem negligenciadas emocionalmente.

Ele oferece a essas mulheres uma fuga do tédio, proporcionando um romance intenso e fora dos limites impostos pela sociedade.

É exatamente esse tipo de mulher, entediada e carente, que se torna a vítima perfeita para o libertino.

Aqui estão algumas características marcantes do libertino, segundo Greene:

  • “Efeito Don Juan” – O libertino sabe que é desejado por muitas mulheres e usa essa percepção a seu favor. Sua confiança natural atrai ainda mais atenção e desejo.
  • Libido aguçada – Ele vive intensamente o presente, sempre em busca de novas conquistas amorosas para se sentir satisfeito. Sua insaciável sede por prazer é o que o impulsiona.
  • Amoralidade – O libertino não se preocupa com convenções sociais ou regras, o que o torna um rebelde sedutor. Sua indiferença às normas sociais o torna ainda mais atraente para quem busca algo diferente.
  • Falta de autocontrole – Ele não tenta esconder seus defeitos, e isso desperta nas suas vítimas o desejo de “corrigi-lo” ou transformá-lo em alguém melhor, uma ilusão que apenas aumenta o fascínio.

Essas características são evidentes nos libertinos de Bridgerton, o que os torna personagens tão fascinantes e irresistíveis.

Eles oferecem às mulheres da série a promessa de um romance arrebatador e emocionante, algo muito diferente da rotina sufocante de suas vidas.

Exemplos de libertinos na série Bridgerton

Antes de explicar por que certos personagens de Bridgerton são considerados libertinos, é importante lembrar que a série não foi baseada na obra de Robert Greene.

Por isso, é natural que existam algumas diferenças e ressalvas ao aplicar os conceitos de A Arte da Sedução a esses personagens.

A maior dessas ressalvas é o fato de que, até a terceira temporada, todos os libertinos da série – com exceção de Benedict Bridgerton – acabam casados e fiéis a uma única mulher.

De acordo com Robert Greene, o conceito de “libertino reformado” muitas vezes é visto como uma fantasia das mulheres que se apaixonam por eles.

Na visão de Greene, um libertino autêntico, como o famoso Don Juan, nunca abandona sua intensa libido nem seu tédio com a ideia de se comprometer completamente com uma única mulher.

Em contraste, os libertinos de Bridgerton não seguem esse desfecho clássico.

Em vez de perpetuarem sua busca incansável por novas conquistas, eles encontram o amor e escolhem o compromisso, mostrando que, apesar de seus comportamentos sedutores iniciais, estão dispostos a se transformar.

Duque Simon Basset

Duke Simon Bridgerton

Apesar de o Duque Simon apresentar uma personalidade coquete em suas primeiras aparições, ele também exemplifica traços de um libertino.

No início da série, ele demonstra uma forte aversão ao casamento e à ideia de compromisso, evitando qualquer envolvimento com as mulheres que lhe mostram interesse.

Embora libertinos sejam conhecidos por sua intensa libido e constante necessidade de conquistas, muitas vezes mentindo para obter o que desejam (até fingindo que estão dispostos a casar), essa atitude inicial de Simon o distancia do clássico libertino.

Ao invés de perseguir ativamente as mulheres, sua autossuficiência é o que as atrai ainda mais.

Esse desapego faz com que sua presença seja valorizada, tornando-o extremamente cobiçado pelas mulheres da série.

No entanto, essas características não foram o que despertou o interesse de Daphne por Simon. O que realmente provocou o desejo do duque por ela foi justamente sua resistência inicial.

Essa falta de interesse genuíno por parte de Daphne desafia Simon, levando-o a agir de forma mais direta e, eventualmente, adotar uma postura de libertino.

Um exemplo claro disso é quando ele decide ir embora da cidade, mas, movido por sua paixão e pelo medo de perdê-la, rouba um beijo de Daphne.

Simon beija Daphne no jardim Bridgerton
Cena clássica de um libertino: duque Simon rouba um beijo de Daphne em um contexto arriscado

Essa atitude ousada e arriscada define perfeitamente um comportamento libertino.

Mesmo correndo o risco de manchar a reputação de Daphne na sociedade, seu desejo por ela o leva a tomar decisões impulsivas e inconsequentes, um traço típico do libertino ardente.

Além disso, nesse momento, Daphne já estava se envolvendo com o Príncipe Friedrich, o que transforma o beijo em uma traição emocional.

Essa traição, por sua vez, reforça o comportamento libertino de Simon, que não hesita em seguir seus impulsos, independentemente das consequências.

Outro momento clássico de Simon como libertino ocorre quando ele pede uma licença especial para se casar com Daphne.

Ao explicar seus motivos à Rainha Charlotte, ele usa palavras profundamente emocionais e persuasivas para justificar seu pedido.

Essa habilidade de manipular emoções para alcançar seu objetivo é uma estratégia comum entre libertinos, e Simon a utiliza de forma brilhante.

O discurso convence a rainha e intensifica ainda mais o amor reprimido entre ele e Daphne.

No entanto, assim como Anthony, Simon também enfrenta o problema de não ser um libertino 100%.

Embora ele mostre traços claros de um libertino, como sua aversão ao compromisso no início e suas atitudes impulsivas e apaixonadas, ele se transforma ao longo da série.

O relacionamento com Daphne faz com que ele evolua emocionalmente, abrindo mão de seu comportamento libertino em favor de um amor mais profundo e comprometido.

Assim como Anthony, Simon não permanece no papel de libertino clássico, pois acaba escolhendo o amor e o compromisso, algo que libertinos típicos evitam.

Em vez de fugir de relacionamentos duradouros, ele se entrega ao seu sentimento por Daphne, mostrando que, apesar de seu passado, ele também é um libertino reformado.

Antony Bridgerton

Anthony Bridgerton

Como o irmão mais velho da família Bridgerton, Anthony carrega muitas responsabilidades. Porém, em sua vida amorosa, ele é o típico libertino ardente.

Entre todos os exemplos de libertinos que citaremos aqui, Anthony se destaca como o mais clássico.

Sua relação conturbada com Siena, uma cantora de ópera, demonstra seu desprezo pelas normas sociais e sua busca por prazer.

Se relacionar com Siena era um prazer proibido, principalmente por causa da distância social que os separava naquela época.

Anthony é movido por seu desejo, sem se importar com as consequências que sua libertinagem pode causar nas vítimas de sua sedução.

Mesmo na segunda temporada de Bridgerton, quando se envolve com Kate Sharma, seu comportamento de libertino ainda é evidente.

Um exemplo é sua frustração por não conseguir conquistar Kate, a única mulher que, inicialmente, não demonstrou interesse por ele.

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Além disso, ele cria um triângulo amoroso com Kate e sua irmã, Edwina, usando Edwina para despertar a vaidade e os ciúmes de Kate.

Anthony Bridgerton Edwina Sharma Kate Sharma
Cena clássica de um libertino: Anthony gosta da Kate, mas usa sua irmã, Edwina, para poder se aproximar mais de Kate

Essa estratégia de aproximar-se de uma irmã para atingir a outra é uma característica típica de um libertino.

Seu desejo por Kate o leva a tomar atitudes irracionais e arriscadas, apenas para mantê-la por perto.

Robert Greene descreve esse comportamento no capítulo “Aparente ser um objeto de desejo – Crie triângulos” de A Arte da Sedução.

Porém, um ponto que vai contra a ideia de Anthony como um libertino clássico é o fato de ele terminar casado com Kate.

Libertinos sempre buscam novos desafios amorosos, evitando compromissos duradouros com as mulheres que conquistam.

Outro fator que diferencia Anthony de um libertino típico é que, na segunda temporada, ele se torna mais exigente sobre o tipo de mulher com quem quer se envolver.

Isso nos leva à conclusão de que Anthony é um “libertino reformado”.

Embora ele exiba muitos traços de libertinagem, como sua busca por prazer e o jogo emocional com Kate e Edwina, ele evolui ao longo da série.

Ao se casar com Kate, Anthony rompe com o comportamento típico de um libertino, mostrando que, apesar de seu passado, ele é capaz de compromisso e mudança.

Essa transformação revela que Anthony não é 100% libertino, pois, no final, ele opta pelo amor e pela estabilidade, algo que libertinos clássicos evitam.

Colin Bridgerton

Colin Bridgerton

Embora menos óbvio e com um comportamento coquete, Colin também exibe traços de libertino.

Ele se entrega à sua libido, o que se torna claro na terceira temporada, onde vemos sua tendência em se envolver com mulheres mais pelo prazer do que por um interesse genuíno.

Suas viagens pelo mundo também são mencionadas na série como recheadas de momentos de libertinagem.

Colin, de certa forma, segue um padrão de sedução similar ao do Duque Simon.

Ele seduz e encanta Penelope Featherington, mas inicialmente, seu interesse não vai além de uma simples amizade, demonstrando seu lado coquete.

Essa atitude faz com que Penelope idealize constantemente o que ele realmente sente por ela, o que aumenta ainda mais o desejo dela por ele, criando uma dinâmica de “espera e frustração” – uma característica clássica de um sedutor.

Conforme a série avança, Colin começa a desenvolver sentimentos amorosos por Penelope, e é aqui que vemos seu lado libertino emergir.

Quando esses sentimentos se tornam claros, ele passa a agir como um libertino ardente, disposto a fazer de tudo para conquistar Penelope.

A intensidade de seu desejo é evidente em cenas marcantes da série, como o encontro na carruagem, onde sua paixão se manifesta de maneira impulsiva e ousada, uma atitude que reflete o comportamento típico de um libertino.

Penelope Featherington Colin Bridgerton
Cena clássica de um libertino: Colin e Penelope na carruagem

No entanto, Colin também enfrenta o dilema do “libertino reformado”.

Embora ele exiba atitudes libertinas, sua evolução emocional ao longo da série revela que ele não é um libertino clássico.

Assim como Anthony e Simon, Colin se transforma.

No início, ele mantém um distanciamento emocional, mas ao reconhecer seus verdadeiros sentimentos por Penelope, ele abandona o comportamento de busca incessante por prazer em prol de um relacionamento mais profundo e comprometido.

Isso mostra que Colin, ao final, não se limita a um libertino que busca apenas satisfação momentânea, mas alguém que está disposto a se comprometer e amar verdadeiramente, seguindo o caminho de libertino reformado.

Benedict Bridgerton

Benedict Bridgerton

O segundo irmão Bridgerton, Benedict, é um artista que vive à margem das regras da sociedade.

Entre os principais personagens da série, ele é o que mais personifica o libertino clássico.

Sua recusa em estabelecer um relacionamento sério com Lady Tilley e sua falta de moralidade em relação à expressão de sua libido o destacam como um verdadeiro libertino.

Benedict Bridgerton Lady Tilley

Benedict tem uma natureza livre e criativa, o que o leva a explorar relacionamentos fora dos padrões sociais de sua época.

Ele se envolve em ambientes boêmios e experimenta uma vida que desafia as convenções.

Seu desinteresse por compromisso e sua busca pelo prazer e pela liberdade sexual fazem dele um exemplo claro do arquétipo libertino.

Até o momento, com Bridgerton na terceira temporada, Benedict é o único dos irmãos Bridgerton que ainda não se casou, mesmo tendo tido várias oportunidades.

Isso reforça sua semelhança com o libertino clássico, que evita o casamento e prefere manter sua liberdade.

No entanto, é possível que a série, em futuras temporadas, explore mais profundamente o arco desse personagem, trazendo uma possível transformação.

Assim como vimos com Simon e Anthony, Benedict também pode enfrentar o dilema do “libertino reformado”.

Caso a série decida trabalhar seu desenvolvimento emocional, é provável que ele venha a reconsiderar suas escolhas e, eventualmente, abrir espaço para um relacionamento mais profundo e comprometido.

Se isso ocorrer, sua trajetória deixará de seguir tão fielmente o arquétipo libertino, à medida que ele evolui em direção ao compromisso e ao amor, reduzindo sua semelhança com o libertino clássico.

Por que o libertino atrai tanto?

Segundo Robert Greene, o libertino é irresistível porque oferece às mulheres uma experiência emocional e intensa, algo que as faz esquecer a monotonia da vida cotidiana.

Ele cria uma sensação de aventura e faz com que suas vítimas se sintam especiais, como se estivessem vivendo um romance único e inigualável.

Ao contrário dos relacionamentos comuns, que muitas vezes se baseiam em convenções sociais e obrigações, o libertino permite que suas parceiras experimentem liberdade e uma conexão que parece transcender as limitações da sociedade.

Ele proporciona uma fuga momentânea da realidade, tornando o romance mais excitante e imprevisível.

A sensação de ser amada de maneira intensa e verdadeira, ainda que temporária, é o que torna o libertino tão atraente.

Em um contexto onde os casamentos são frequentemente arranjados por questões de status social, poder político ou segurança financeira, o libertino explora uma lacuna emocional.

Ele seduz mulheres que anseiam por um amor genuíno e por uma aventura romântica, algo que está em falta em seus relacionamentos formais.

No universo de Bridgerton, vemos essa dinâmica em personagens como Anthony e Simon.

Eles seduzem não apenas por sua aparência ou charme, mas porque oferecem uma forma de escapismo.

Eles libertam suas parceiras de obrigações sociais, ainda que por um curto período, fazendo-as se sentir desejadas e vivas.

O que podemos aprender com A Arte da Sedução e Bridgerton?

Bridgerton, ambientada no século XIX, mostra uma sociedade onde o casamento raramente é motivado pelo amor.

Personagens como Simon e Anthony personificam os ensinamentos de Robert Greene sobre os libertinos, revelando como eles usam charme e intensidade emocional para seduzir.

Esses libertinos criam uma experiência única e emocionante para suas vítimas, fazendo-as esquecer a monotonia da vida cotidiana e se entregarem a uma aventura romântica.

Mesmo nos dias de hoje, o libertino permanece presente, adaptado aos tabus e restrições da sociedade moderna.

Eles ainda seduzem mulheres que se sentem entediadas ou insatisfeitas em suas vidas amorosas, oferecendo a promessa de algo novo e excitante.

Se você deseja evitar ser seduzido por um libertino ou proteger seu relacionamento, é importante reconhecer esses comportamentos desde o início.

Por outro lado, se você está interessado em aprender mais sobre sedução, observar esses exemplos pode ajudar a refinar suas habilidades.

Tanto A Arte da Sedução quanto Bridgerton oferecem lições valiosas sobre o jogo emocional envolvido na conquista.

Conclusão

Quer você seja fã de Bridgerton ou esteja interessado nos segredos da sedução, o arquétipo do libertino é, sem dúvida, uma das personalidades mais intrigantes a se estudar.

Robert Greene, em A Arte da Sedução, nos oferece ferramentas valiosas para entender esses personagens e suas dinâmicas sedutoras, permitindo que você aplique (ou evite) essas técnicas de maneira consciente.

Na próxima vez que você assistir a Bridgerton, preste atenção em como esses libertinos manipulam o poder da sedução para alcançar seus objetivos.

Mesmo em uma série fictícia, há lições profundas sobre comportamento, desejo e o jogo emocional da conquista.

Afinal, a sedução está presente em todos os aspectos da vida, e aprender a reconhecer suas nuances pode fazer toda a diferença.

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Carlos Gomes

Estou terminando meu bacharel em administração, sou especialista em investimentos (CPA-20, Anbima) e além de tudo um leitor de livros polímata.
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