Com muito esforço você consegue reservar um tempo para estudar, e de fato inicia os estudos. Agora você decidiu hiperfocar nos estudos sem se distrair.
Porém, justamente durante os estudos, você percebe que não consegue focar por nada.
O celular aparece na sua mão, e você começa a acessar as redes sociais.
A sua mãe decide aparecer no quarto para pedir tudo o que ela não pediu durante o dia inteiro, justo na hora que você vai estudar.
Ou até mesmo consegue lidar com todas as distrações externas, porém você pensa em tudo, até mesmo na morte da bezerra, menos no bendito assunto que está estudando.
Se tudo isso acontece contigo, tenho uma boa notícia para você: é possível resolver todos esses problemas relacionados a foco utilizando dicas simples do livro Hiperfoco do Chris Bailey.
A promessa desse livro é fazer você trabalhar menos e render mais por meio do hiperfoco.
Portanto, nesse artigo eu vou te explicar como hiperfocar e nunca mais se distrair enquanto estuda com as dicas desta obra.
Entenda como funciona nosso cérebro e nossa atenção
Antes de entendermos como hiperfocar nos estudos, precisamos entender como o nosso cérebro funciona.
Ao entender como o nosso cérebro funciona, nós vamos entender com ainda mais facilidade como a nossa atenção também funciona.
Dessa forma, fica muito mais fácil hiperfocar nos estudos, uma vez que entendemos como o cérebro funciona.
- Leia também: Resenha: Hiperfoco – Chris Bailey
O cérebro não foi projetado para trabalho intelectual
A primeira coisa que você precisa entender é que nosso cérebro não foi projetado para o trabalho intelectual.
Ou seja, não fomos adaptados para ser focados, mas sim distraídos.
E para entender o motivo, precisamos entender como foi a adaptação humana até os dias atuais.
O homem das cavernas, do qual descendemos, vivia em um ambiente completamente instável e perigoso.
Ao mesmo tempo que acendia uma fogueira, ele precisava considerar o que iria caçar para comer, enquanto estava constantemente com medo de ser atacado por uma onça na caverna e deixar sua família desprotegida.
São inúmeras preocupações simultâneas que impediam aquele ser humano hiperfocar em uma única atividade.
Se ele hiperfocasse em acender a fogueira, por exemplo, provavelmente não iria conseguir sobreviver e passar seus genes adiante.
Visto que ele poderia esquecer de todo o resto, incluindo um animal perigoso ameaçando sua vida.
Logo, o cérebro, de acordo com o Chris Bailey, se adaptou para recompensar a busca por novidades, enquanto evita possíveis ameaças.
Ou seja, não nascemos para fazer trabalhos intelectuais, mas sim para sobreviver e reproduzir.
É por isso que você não deve se cobrar tanto por ser improdutivo e desfocado, afinal, essa é a normalidade quando falamos de atenção.
A atenção humana não é infinita, mas sim finita e super restrita
A segunda coisa que você precisa entender é que a atenção humana não é infinita, ela tem limitações.
E não só ela tem limitações, como também é super restrita.
Em outras palavras, você não consegue focar em tudo o que quiser com motivação e energias infinitas
Logo, é necessário haver um trabalho constante para aumentar o seu foco atencional e tornar o uso dele mais eficiente.
Sem esse esforço consciente de treinar a atenção, estudar sem distrações e com foco se torna uma tarefa difícil, se não impossível.
Portanto, entendendo as características da atenção humana, falar sobre maneiras de hiperfocar nos estudos fica bem mais fácil de entender!
O que é espaço atencional
“Espaço Atencional“ é a quantidade de capacidade que nosso cérebro tem de concentrar e processar as coisas no presente.
É graças a ele que podemos manter, manipular, e conectar informações simultaneamente e em tempo real.
Dessa forma, a analogia perfeita do que seria o espaço atencional é compará-lo à memória RAM do computador.
O espaço da memória RAM seria a “memória de trabalho” e o tamanho desse espaço como a “capacidade de memória de trabalho”.
Desse modo, o cérebro atua sempre na conversão de bits de informação crus em informação perceptiva em fatos, histórias e lições que você vai lembrar e internalizar.
Lembrando que a quantidade de informações que conseguimos lidar é bem limitada, conforme explicado anteriormente.
Enquanto nosso cérebro tem um espaço de armazenamento quase ilimitado, nossa atenção é muito mais restrita. Reter informações no cérebro é semelhante a encher uma piscina olímpica com uma mangueira de jardim. Embora sejamos capazes de armazenar uma quantidade enorme, só conseguimos preenchê-la aos poucos.
Hiperfoco – Chris Bailey
Hiperfoco nos estudos
Ao entender como o cérebro funciona, focar nos estudos é bem mais fácil.
Chris Bailey dá dicas valiosas no seu livro para conseguir atingir esse objetivo com facilidade.
Mas para que essas dicas funcionem, é preciso que você realmente esteja disposto a testá-las na prática.
Do contrário, de nada adiantará ler este artigo, tão pouco ler o livro.
Portanto, tudo o que você aprender aqui a partir de agora tem que ser posto em prática o quanto antes.
É claro, se você quer ser mesmo mais produtivo e focado nos estudos.
O que é hiperfoco
Em resumo, hiperfocar significa expandir uma tarefa, um projeto ou outro objeto de atenção de forma a preencher completamente seu espaço atencional.
Ou seja, se o teu objetivo é estudar, hiperfocar neste contexto significa fazer com que o assunto em que esteja investindo tempo e energia preencha completamente a sua atenção.
Não sobrando espaço para que qualquer outra coisa distraia e chame a sua atenção, como o celular, por exemplo.
E para hiperfocar, você deve seguir esses quatro estágios:
- Escolher um objetivo de atenção importante ou produtivo
- Eliminar o máximo de distrações externas e internas que puder
- Focar no objetivo de atenção escolhido
- Atrair constantemente a sua atenção ao objeto que necessita da atenção
Lembrando que para hiperfocar, é fundamental ter uma intenção.
O estágio que prepara o indivíduo para iniciar os quatro estágios do hiperfoco é justamente a intenção, conforme explica o próprio Chris Bailey:
Definir uma intenção na qual pretendemos nos focar é o passo mais importante – quanto mais produtiva e significativa a tarefa, mais produtivas e significativas suas ações se tornam.
Hiperfoco – Chris Bailey
- Leia também: Foco disperso: o segredo para ser mais produtivo e criativo no trabalho e estudos! l Hiperfoco – Chris Bailey
Como hiperfocar nos estudos
Agora que você entendeu o que é o hiperfoco e os seus quatro estágios, entender como hiperfocar nos estudos será bem fácil.
No caso dos estudos, você também vai respeitar a mesma lógica, mas adaptada ao contexto.
Vamos trabalhar com um exemplo para ficar claro:
- Escolher um assunto para estudar que seja importante ou produtivo
- Eliminar o máximo de distrações externas e internas que puder
- Foque no assunto escolhido para estudar
- Atraia constantemente a sua atenção ao assunto dos estudos
Em negrito, deixei claro a única coisa que alterei nos quatro estágios do hiperfoco para estudar.
Note que o texto e a ideia central é a mesma, só muda o “o que”, no caso, qual intenção você vai ter para hiperfocar nos estudos.
Neste caso, o “assunto” ou “tema”. Só muda a palavra, a ideia é a mesma.
Agora que a ideia geral foi apresentada, vamos ver em detalhes como pôr em prática cada uma das etapas.
Escolha um assunto para estudar que seja importante ou produtivo
Em outras palavras, defina uma intenção para estudar.
Você quer estudar para passar no vestibular e almejar um salário de R$ 10.000,00 por mês?
Ou talvez ler um livro que vai resolver o seu problema em relação a produtividade?
Definir a sua atenção ao estudar é importante, pois como o próprio Chris Bailey diz no livro:
“A intenção tem absolutamente que preceder a atenção.”
Hiperfoco – Chris Bailey
Ou seja, não faz sentido você querer se esforçar para prestar atenção em alguma coisa, inclusive estudar, se a sua intenção não é clara.
Aqui a lição da obra “Alice no País das Maravilhas” começa a fazer sentido:
“Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve!”
Alice no País das Maravilhas
Não saber o porquê estudar um assunto, principalmente os seus benefícios, faz com que qualquer resultado sirva, inclusive o de passar horas evitando os estudos e procrastinando nas redes sociais.
Por fim, uma maneira fácil de definir intenções de forma habitual é ter o hábito de todo dia definir 3 intenções para o seu dia.
Planeje previamente 3 assuntos nos quais vá estudar, e classifique-os do assunto mais urgente ou significante para o menos significante.
Ao fazer isso, além de se limitar a focar a começar e terminar apenas 3 assuntos, o que evita distrações dentro dos próprios estudos, você também será capaz de priorizar o que realmente importa estudar naquele momento.
Por último, adicione um alarme para despertar de cinco em cinco minutos.
Chris Bailey chama essa técnica de “Alarme de consciência”.
O intuito é fazer você ser interrompido pela notificação do alarme, e se questionar logo em seguida: “Aonde estão meus pensamentos?”.
Caso você tenha se distraído, você agora tem consciência disso para voltar a atenção aos trilhos.
Por outro lado, se você estiver focado na tarefa, você terá a consciência de que seus esforços estão dando certo e continuará hiperfocado na tarefa em questão.
Elimine o máximo de distrações internas e externas
Um dos vilões mais comuns da produtividade são as distrações.
E em essência, elas são divididas em duas categorias:
- Distrações internas
- Distrações externas
Distrações internas costumam ser memórias ou pensamentos que vem à mente.
Normalmente lembranças embaraçosas ou até mesmo pensamentos aleatórios.
Algumas podem até mesmo ser a sua resistência mental a uma tarefa chata.
Como por exemplo, você está estudando para uma prova de um tema chato, e perceber que está pensando no que tal pessoa acha de você.
Ou no que você vai comer mais tarde quando chegar na cozinha de casa.
Para lidar com essas distrações internas que atrapalham os estudos, basta que você coloque-as para fora em uma lista de preocupações ou até mesmo em um diário.
A ideia é que ao escrever essas preocupações, você consiga tirar esses pensamentos do primeiro plano do seu cérebro.
Como resultado, você será capaz de focar sem pensamentos intrusivos na cabeça.
Quanto às distrações externas, geralmente elas têm origem em pessoas ou objetos de atenção estimulantes.
No segundo caso, o celular costuma ser o objeto que mais rouba atenção das pessoas.
Para lidar com esse tipo de distração, basta que você antecipe as distrações de livre-se delas.
Se a distração for pessoas, isole-se em um ambiente que dificulte você ser distraído por alguém.
Porém, se for objetos de atenção estimulante, identifique quais são os ladrões de atenção e afaste-os do seu campo de visão e alcance.
Deixar o celular em outro cômodo, por exemplo, pode resolver praticamente todos os seus problemas com relação a distração externa.
Foque no assunto escolhido para estudar (por um período de tempo)
Se você trabalhar na etapa um e dois do processo do hiperfoco, o estágio três será bem tranquilo.
Dessa forma, o ideal é que você hiperfoque por um período de tempo previamente planejado que seja confortável e viável.
Por exemplo, dedique uma hora específica da sua rotina para estudar “X” horas em determinado horário do dia.
Esse planejamento tornará o início do hiperfoco um hábito fácil de iniciar no dia a dia.
Além disso, se você estiver com bastante resistência para iniciar os estudos com o hiperfoco, trabalhe com tempos de foco bem curtos.
Estudar por apenas cinco minutos cria bem menos resistência para começar do que tentar começar estudando por uma hora direta.
Atraia constantemente a sua atenção ao assunto dos estudos
É super normal se distrair enquanto tenta focar, principalmente nos estudos.
47% do seu dia você está distraído, ou seja, a sua arma contra isso é vigiar seu espaço atencional a todo momento.
Portanto, o primeiro passo é normalizar que a sua mente vai divagar durante o dia.
E quanto mais tempo a gente avaliar o que está no nosso espaço atencional, mais frequentemente vamos voltar aos eixos.
O conceito de hiperfoco pode ser resumido em uma única frase sensata: mantenha um objeto de atenção importante e complexo na consciência enquanto trabalha.
Hiperfoco – Chris Bailey
Se você está familiarizado com a meditação mindfulness, com certeza você já tem a metaconsciência desenvolvida para notar quando está divagando, e quando voltar a atenção para os estudos.
Conclusão
Hiperfocar nos estudos não é um grande mistério.
Apesar de ser algo difícil, você consegue entender os macetes para começar a estudar com mais foco.
E se você entendeu bem o conteúdo desse artigo que está baseado no livro “Hiperfoco” do Chris Bailey, com certeza já deve ter percebido que o maior dos problemas é saber definir intenções e lidar com distrações.
Resolvendo esses dois problemas, hiperfocar nos estudos começa até mesmo a ser prazeroso.
Visto que você já saberá como criar intenções de estudo que estão de acordo com os seus propósitos de vida.
Além de diminuir a ânsia do seu cérebro por objetos de atenção estimulantes lidando com as distrações internas e externas.
Faça bom proveito das dicas dadas aqui, e não esqueça de ler o livro na íntegra para aprender ainda mais sobre produtividade.
